INFORMAÇÕES EXTRAS

HOMENAGEM A JOHANN, 

O PIONEIRO DA FAMÍLIA NO BRASIL

Foi em 1828 quando tudo começou

Quando Johann com sua família sua pátria deixou

E uma nova vida no Brasil buscou

E sua história por aqui começou

Em junho de 1828 no porto de Bremen embarcou

Para novas terras ele rumou

Após mais de cem dias seu navio aportou

E em solo brasileiro com sua família desembarcou

Por longos dias na capital do império do Brasil permaneceu

E ir para Nossa Senhora do Desterro escolheu

E aqui no sul da nação

Começou a sua bela missão

Em março de 1829 em terras distantes

Nascia a primeira colônia dos imigrantes

E finalmente em setembro na Colônia Alemã entrou

E uma nova história por aqui começou

Foram tempos de terrível jornada

Longe de sua Alemanha amada

A saudades batia forte em seu peito

Mas ficar era preciso, não tinha outro jeito

Quanto trabalho, quanto sofrimento

Quantas lágrimas rolaram em sua face

Mas Johann era homem forte, homem guerreiro

E com enorme bravura, em muitas terras ele foi o pioneiro

Johann jamais a sua amada Alemanha voltou

E em sua nova pátria ele tombou

Deixando aqui uma enorme descendência

Fruto de sua brava luta e persistência.

Autor: Odirlei Junkes 


Casa onde nasceu Laudelino
Casa onde nasceu Laudelino

A VELHA CASA

A velha casa branca de janelas azuis, construída no estilo colonial em 1899,

abrigava uma família numerosa e acolhedora.

Cada um com suas características e seu jeito de ser únicos.

A casa era grande: 5 quartos, 1 salão, sala de jantar

 Era chamada na época de varanda,

onde eram servidas as refeições em dias especiais, 

sótão que servia de dormitório para os meninos,

despensa e cozinha., afinal eram várias bocas famintas para alimentar.

Tudo vinha da roça com o suor e a força dos braços fortes de toda a família.

Em frente a casa um belo jardim. 

A calçada larga era usada para secar feijão, milho e açúcar.

Um pomar, horta e um córrego d'água abundante que desaguava numa bica de ripa,

direto num tanque de água, onde era lavada a roupa.

Parece que até hoje o barulho da água se faz ouvir no fundo da memória dos moradores.

E foi ali, em meio a natureza, que todos aprenderam a importância e a dignidade do trabalho,

o valor da família, as formas e as várias possibilidades de se inventar, 

criar, recriar, enfim, viver e ser feliz.

Desse tempo e lugar resta hoje muita saudade.

Tudo se transformou. 

Muitos que ali viveram já não estão entre nós e a velha casa branca de janelas azuis

que embalou nossos sonhos de criança não existe mais.

Assim é a vida, nada permanece para sempre, nada é estático, 

tudo é dinâmico e se modifica com o passar do tempo.

Porém ficará para sempre na memória, 

as lembranças desse tempo e de todos os momentos de alegria

e de dor que vivenciamos no decorrer dos anos.

(Texto baseado em depoimento de Maria Helena Junckes)




QUANDO A PORTA DA CASA DOS AVÓS SE FECHA

Acho que um dos momentos mais tristes da nossa vida é 

quando a porta da casa dos avós se fecha para

sempre, ou seja, quando essa porta se fecha, 

encerramos os encontros com todos os membros da família,

 que em ocasiões especiais quando se reúnem, 

exaltam os sobrenomes, como se fosse uma família real, e, 

sempre carregados pelo amor dos avós, como uma bandeira, 

eles (os avós) são culpados e cúmplices de tudo.

Quando fechamos a casa dos avós, também terminamos as tardes felizes com tios, 

primos, netos, sobrinhos, pais, irmãos e até 

recém-casados que se apaixonam pelo ambiente que ali se respira.

Não precisa nem sair de casa, estar na casa dos avós é o que toda família precisa para ser feliz.

As reuniões de Natal, regadas com o cheiro a tinta fresca, 

que cada ano que chegam, pensamos "

e se essa fora última vez"?

É difícil aceitar que isso tenha um prazo, 

que um dia tudo ficará coberto de poeira e o riso será uma lembrança

longínqua de tempos talvez melhores.

O ano passa enquanto você espera por esses momentos, e sem perceber,

 passamos de crianças abrindo

presentes, a sentarmos ao lado dos adultos na mesma mesa, brincando do almoço, 

e do aperitivo para o jantar,

porque o tempo da família não passa e o aperitivo é sagrado.

A casa dos avós está sempre cheia de cadeiras, 

nunca se sabe se um primo vai trazer namorada, 

porque aqui todos são bem-vindos.

Sempre haverá uma garrafa térmica com café, ou alguém disposto a fazê-lo.

Você cumprimenta as pessoas que passam pela porta, mesmo que sejam estranhas, 

porque as pessoas na rua

dos seus avós são o seu povo, eles são a sua cidade.

Fechar a casa dos avós é dizer adeus às canções com a avó e aos conselhos do avô, 

ao dinheiro que te dão

secretamente dos teus pais como se fosse uma ilegalidade, 

chorar de rir por qualquer bobagem, 

ou chorar a dor daqueles que partiram cedo demais. 

É dizer adeus à emoção de chegar à cozinha e descobrir as panelas, 

e saborear a "comida da vovó".

Portanto, se você tiver a oportunidade de bater na porta dessa casa e 

alguém abrir para você por dentro,

aproveite sempre que puder, porque ver seus avós ou seus velhos, 

ficar sentado esperando para lhe dar um é a maior sensação, 

maravilhosa, que você pode sentir na vida.

Descobrimos que agora nós temos que ser os avós, e nossos pais se foram, 

nunca vamos perder a oportunidade de abrir as portas 

para nossos filhos e netos e celebrar com eles o dom da família, 

porque só na família é onde os filhos e os netos encontrarão 

o espaço oportuno para viver o mistério do amor por quem está

mais próximo e por quem está ao seu redor.

Aproveite e aproveite a casa dos avós, 

pois chegará um tempo em que na solidão de suas paredes e recantos,

se fechar os olhos e se concentrar, poderá ouvir talvez o eco de um sorriso ou de um grito, 

preso no tempo.

De resto, posso dizer que ao abri-los, a saudade vai pegar você, e você vai se perguntar: 

Por que tudo foi tão rápido?

E vai ser doloroso descobrir que ele não foi embora ... nós o deixamos ir ...


UMA TRISTE REALIDADE...

Nossos ancestrais não saíram da Alemanha para nunca mais voltar, todos tinham sonhos,

e nisso incluía-se fazer "o pé de meia" e voltar à pátria querida.

Mas raros foram os que tiveram oportunidade de voltar, então,

para matar a saudade e sentirem-se um pouco mais perto da terra amada,

preservaram a culinária, gostos, arquitetura e cultura, era aqui a nova casa, e,

sabendo que não voltariam, ou que seria muito difícil voltar,

CONSTRUIRAM POR AQUI PEQUENAS ALEMANHAS,

ainda mais perfeitas que aquela da Europa, que ficara no tempo,

mas não no esquecimento, que tão longe estava,

mas nem tão longe que não pudesse estar em suas memórias e seus corações.

E assim o tempo passava e mais certeza eles tinham que não voltariam,

mas lutadores e rígidos que eram, não permitiam que ninguém percebesse

a angústia e o doloroso sofrimento, mas com certeza,

muito choraram ao cair da noite, ao apagar das luzes...

Dos que vieram, poucos ficaram aqui por gosto, e,

se aqui seus restos repousam, nunca foi isso que

pretenderam, com certeza gostariam de terminar seus dias na terra que lhes foi berço, 

e assim certamente passaram a vida, lutando bravamente, chorando em silêncio,

 sonhando com o regresso que nunca houve, e,

com certeza influenciaram seus filhos aqui nascidos, 

e seus filhos fizeram o mesmo com seus netos, e esses com os bisnetos...

O amor à pátria e a saudade que era repassada de geração em geração, 

tornando alemães mesmo os que nunca estiveram por lá, 

repassando à eles todo o conhecimento e o respeito à terra ancestral,

mas não foi só isso, ou seja, não foi só conhecimento e amor à pátria o que nos repassaram, 

mas seus genes, uma grande carga genética, com cada um daqueles genes 

a todo instante lembrando seus descendentes de onde eles eram, a que parte do mundo

 pertenciam e para onde deveriam voltar.

Hoje, creio que toda vez que um descendente daqueles antigos desbravadores 

visita a Alemanha, sentirá algo parecido com a sensação de voltar para casa 

depois de estar muito tempo perdido, ou perambulando por terras estranhas, 

e realmente será isso, ou melhor, todo o amor transmitido de geração em geração, 

e a influência dos genes herdados, o fará sentir-se como se fosse o seu antepassado retornando

 ao lugar que certamente amava, quem sabe até, de alguma forma, 

o tal antepassado esteja vendo através de seus olhos, realizando um sonho

ainda que com dois séculos de atraso.

Talvez para os sentimentos não haja uma barreira chamada morte, pois o amor, 

quando grande demais, talvez tenha o poder de saltar de vida em vida,

 arrastando-se por décadas, séculos, milênios talvez, afinal,

o que mais poderia explicar o amor dos descendentes à terra dos seus antepassados?

O que poderia fazer tataranetos de alemães desejarem tanto conhecer aqueles lugares, 

e quando lá chegam, sentirem uma profunda paz e terem a impressão 

de já conhecerem cada palmo daquelas terras?

Acredito sinceramente que, se nossas viagens à Alemanha são 

consideradas realizações dos nossos sonhos,

elas são, acima de tudo, a realização dos desejos de muitos dos nossos antepassados, 

algo que eles não puderam fazer em vida, que nos incumbiram de fazer por eles no futuro,

 então, que façamos, que levemos os pedacinhos dos nossos ancestrais (genes) de volta pra

 terra que um dia tiveram que abandonar, deixemos que

avistem de novo a terra querida, pois isso talvez os faça REALMENTE descansar em paz.


ALAUVER | 2021®

Todos os direitos reservados
CNPJ: 
45.527.593/0001-87 
Desenvolvido por Webnode Cookies
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora